Uma das expressões mais cruéis do racismo nosso de cada dia se manifesta nos números da violência.
Os dados aqui compilados nos alertam, mais uma vez, para a relação entre violência e racismo.
A Violência contra Pessoas Negras no Brasil 2021
Uma das expressões mais cruéis do racismo nosso de cada dia se manifesta nos números da violência.
Os dados aqui compilados nos alertam, mais uma vez, para a relação entre violência e racismo.
Atlas da Violência 2020
Neste Atlas da Violência 2020, produzido pelo Ipea e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), construímos e analisamos inúmeros indicadores para melhor compreender o processo de acentuada violência no país.
Os números de óbitos são contabilizados a partir da Classificação Internacional de Doenças (CID-10) como eventos que envolvem agressões e óbitos provocados por intervenção legal (códigos X85-Y09 e Y35-Y36). A Classificação Internacional de Doenças é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e padroniza a codificação de doenças e mortalidade por causas externas em todo o mundo desde 1893.
Os dados divulgados referem-se ao período de 2008 a 2018, considerando as informações mais recentes tabuladas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e divulgadas no site do Departamento de Informática do SUS – DATASUS.
IVJ – Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017: Desigualdade Racial e Municípios com mais de 100 mil habitantes
O Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência 2017 (IVJ 2017) é um indicador, desenvolvido pela pelo FBPS em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude a pedido da Unesco, que agrega dados relativos às dimensões consideradas chave na determinação da vulnerabilidade dos jovens à violência.
A edição de 2017 tem como referência os dados de 2015 e abrange a população brasileira de 15 a 29 anos, idade estabelecida no Brasil como população jovem após a aprovação do Estatuto da Juventude (Lei no 12.852/2013), em 2013.
1) O primeiro indicador aqui é o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, que classifica as Unidades da Federação em quatro dimensões: violência entre os jovens, frequência à escola e situação de emprego, pobreza no município, e desigualdade. O cálculo da violência entre os jovens incorpora uma variável que considera as diferenças de mortalidade entre jovens brancos e negros no Brasil, o risco relativo. O indicador de risco relativo é expresso pela razão entre a taxa de mortalidade por agressão (homicídios) entre jovens negros e jovens brancos.
2) A segunda sessão apresenta o “risco relativo” para a mortalidade violenta de mulheres jovens, comparando as taxas de mortalidade entre jovens negras e jovens brancas. Do mesmo modo que no indicador apresentado acima, o valor 1 (um) indica o mesmo risco de morte por homicídios entre negras e brancas e valores acima de 1 (um) apontam para um maior risco entre as jovens negras. 3) Esta publicação traz ainda o Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência – IVJ – Violência, que classifica os 304 municípios com mais de 100 mil habitantes em quatro dimensões: violência entre os jovens, frequência à escola e situação de emprego, pobreza no município e desigualdade.
Retrato da violência contra negros e negras no Brasil
Impactos de gênero na redução da mortalidade violenta: reflexões sobre o Pacto pela Vida em Pernambuco
O crescimento das mortes violentas vem sendo observado no Brasil desde o final dos anos 1970. No país e em Pernambuco, as principais vítimas dos homicídios são jovens negros, do sexo masculino, com pouca escolaridade e baixa renda. Em 2011, 86,2% das mulheres assassinadas em Recife eram negras e, em 2009, 47,2% dos casos de homicídios de mulheres concentraram-se em apenas dez bairros dessa capital. Foi apenas em 2007 que a questão da violência letal ganhou prioridade na agenda do governo do Estado, por meio da implementação da primeira política pública de segurança do Estado, o Pacto pela Vida (PPV). Nesse mesmo ano, instituiu-se a Política de Enfrentamento da Violência contra a Mulher, pela Secretaria da Mulher. O PPV vem alcançando bons resultados, as metas globais de redução dos crimes violentos letais intencionais têm sido alcançadas, mas há diferenças importantes quando se observa a variação de acordo com o sexo da vítima e com a região de ocorrência dos casos. Os homicídios de mulheres apresentaram redução menor ao longo do tempo e oscilação entre crescimento e redução que pode se dever à pouca sensibilidade do PPV para as diferentes situações nas quais as mulheres são assassinadas, que requerem linhas de ação específicas do ponto de vista da política de prevenção e repressão. Este artigo se propõe a apresentar e analisar estas diferenças e a refletir sobre possí veis hipóteses capazes de explicá-las, reconhecendo a eficácia do PPV como política pública de segurança, mas também a necessidade de reorientá–lo para que seja capaz de responder às diferentes configurações da violência letal contra as mulheres em Pernambuco.
RBSP, v. 8, n. 1, 48-68 Fev/Mar 2014
IVJ – Índice de vulnerabilidade juvenil à violência e desigualdade racial 2014
A publicação traz dois indicadores sintéticos. O IVJ – Violência, leva em conta quatro dimensões: violência entre os jovens, frequência à escola e situação de emprego, pobreza no município e escolaridade e tem como seu universo de análise municípios com mais de 100 mil habitantes. Já o IVJ – Violência e Desigualdade Racial considera o risco relativo de jovens negros e brancos serem vítimas de assassinatos, tendo as UFs como unidade de análise.